JesuitasdaAmazônia



A NOSSA HISTÓRIA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA.

A presença dos jesuítas no Brasil remonta ao ano 1549 quando P. Manoel da Nóbrega chegou em Salvador  – BA com os primeiros companheiros. Um dos primeiros missionários da Companhia na terra da Santa Cruz é o P. José de Anchieta.  Ele chegou com apenas 19 anos de idade e dedicou toda sua vida à causa dos índios, sendo apelidado de Apóstolo do Brasil, beatificado pelo Papa João Paulo II, em 22 de junho de 1980. Tanto Nóbrega quanto Anchieta são considerados os fundadores da cidade de São Paulo/SP.

A presença dos jesuítas na Amazônia brasileira tem seu começo no Século XVII quando em 1639 o Pe. Luís de Figueira, vindo do Maranhão, chega a Belém e dá início ao trabalho missionário percorrendo os rios Tocantins, Pacajá e o baixo Xingu, tornando-se assim o primeiro missionário de origem portuguesa a trabalhar na região. É verdade que antes dele já tinham passado jesuítas provenientes da Missão jesuítica no Perú (então colônia espanhola).  O Pe. Samuel Fritz foi um desses missionários que viajou de Quito a Belém (em 1689/90), ajudando a fundar as cidades de São Paulo de Olivença/AM, Coari/AM e Tefé/AM, e registrando em seu diário de viagem um rico relato sobre a ocupação da Amazônia pelos espanhóis e portugueses, além de descrever os hábitos das populações indígenas e realizar estudos sobre as diferentes línguas faladas na região. O Pe. João Felipe Bettendorf, enviado pelo Pe. Antônio Vieira, fundou a cidade de Santarém/PA (em 1661), antiga missão com os índios Tapajós à margem do rio do mesmo nome. Também ao redor de missões dos jesuítas nasceu a cidade de Parintins/AM e a ilha Tupinambarana, antigo território das nações Tupi.

Da mesma forma, a capital amazonense, Manaus, tem a sua origem ligada à antiga missão dos Tarumãs, fundada em 1658, que após vários incidentes transmudou-se na missão da Foz do Jaú, sob a proteção de Santo Elias. Antes disso, em 1652, chegavam a Belém do Pará os padres João de Souto Maior e Gaspar Fragoso. Lá construíram uma modesta palhoça e fundaram mais tarde o Colégio de Sto. Alexandre. Os jesuítas ainda possuíam outro importante colégio na cidade de Vigia/PA aberto em 1731. Em 1759 os jesuítas são expulsos dos domínios portugueses pelo marquês de Pombal.

A região amazônica só veria o retorno da Companhia na primeira década do Século XX com as primeiras novas missões em Belém e na Ilha do Marajó. Em seguida, abriram-se casas em Manaus e em Marabá. Em 1995, com a criação do Distrito dos Jesuítas da Amazônia (DIA), iniciou-se um processo de progressiva autonomia dos jesuítas do norte do Brasil, visando oferecer respostas mais concretas e adequadas ao serviço que a Companhia é chamada a prestar nesta região. Tendo sua sede em Manaus, o DIA foi-se fortalecendo, tomando forma e gerando novas obras.

Assim, no dia 31 de julho de 2005 (Festa de Santo Inácio) o Distrito foi elevado à categoria de REGIÃO BRASIL AMAZÔNIA (BAM), dependente da nova Província Brasil-Nordeste (BNE).







NOSSA MISSÃO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA...

Somos chamados a evangelizar de modo integral as populações amazônidas, de forma encarnada e inculturada, defendendo e promovendo as diversas formas de vida segundo o nosso carisma e vocação, em parceria e diálogo com outras forças vivas e atuantes na Amazônia e sempre em solidariedade com os mais pobres” (Planejamento apostólico, Região Brasil Amazônia (BAM), Companhia de Jesus - Jesuítas).

Para melhor concretizar nossa missão nesta região amazônica, nós jesuítas juntamente com nossos colaboradores leigos/as, religiosos/as, elaboramos um Plano Apostólico que define as nossas prioridades, objetivos, metas a cumprir na Amazônia. Ele é fruto de muita reflexão, conversas, encontros, leitura de documentos e oração.

Três áreas essenciais:

GOVERNO – A ele compete coordenar e animar todos os jesuítas e suas comunidades nas obras em que atuam na região a serviço da Igreja, assim como cuidar de bem estar de cada membro da ordem. Esta equipe é formada pelo Superior Regional, pelo Sócio do Regional, pelo Ecônomo ou Administrador e pelo secretário da cúria.

FORMAÇÃO – Eles cuidam da formação dos jesuítas em formação, ou seja, dos jovens que se encontram no noviciado (em Fortaleza) e nas demais etapas da formação na Companhia.

VOCAÇÕES – Esta equipe tem uma importância fundamental porque tem como objetivo a promoção, a animação e o acompanhamento vocacional de jovens que desejam discernir sua vocação para a Companhia de Jesus.

Quatro áreas consideradas estratégicas para a nossa missão:

FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS e EDUCAÇÃO INTEGRAL, visa “colaborar na formação integral e de boa qualidade do meio estudantil, dos agentes de pastoral, do mundo intelectual e das organizações sociais, nas dimensões políticas, social, espiritual, sócio-ambiental, tanto na cidade como no interior, integrando o espiritual com o compromisso social, e o intelectual com o prático, estabelecendo parcerias com outras instituições, grupos e pessoas”.

PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS pretende participar na solução dos problemas sócio-ambientais da Amazônia (...), apoiar a presença e acompanhamento das atividades de entidades direcionadas à promoção da justiça e à redução das desigualdades sociais nas áreas urbanas ou do interior e participar no trabalho específico e acompanhamento dos povos indígenas.

FOMENTO DE UMA ESPIRITUALIDADE ENCARNADA E APOSTÓLICA visa ajudar as nossas igrejas e agentes pastorais a serem comunidades de discernimento dóceis à ação do Espírito, oferecendo a experiência dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio e apoiando iniciativas de diálogo com outras espiritualidades que permita-nos colaborar num resgate da riqueza da cultura e religiosidade amazônicas.

Para toda essa missão contamos atualmente com cerca de 45 jesuítas da região, 20 dos quais se encontram ainda nas diversas etapas da formação. Estamos presentes nas cidades de Belém, Manaus, Marabá e Bonfim totalizando 06 comunidades. Assim, com a presença de dois jesuítas, a equipe itinerante inter-congregacional atua em Manaus, em Tabatinga, na fronteira com a Colômbia e o Peru e em Boa Vista, no estado de Roraima. Atuamos e apoiamos outros projetos interinstitucionais em Manaus como o Centro dos Direitos humanos (CDH) da Arquidiocese de Manaus e o Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social (SARES).

Pastoralmente, trabalhamos na paróquia Sagrada Família em Marabá e nas áreas missionárias de periferia de Manaus (Santa Margarida de Cortona) e Bonfim (Igreja São Sebastião). Em Belém colaboramos na missão da Igreja local através da Capela Nossa Senhora de Lourdes e de uma casa de retiros.

No campo educacional, já está funcionando em Manaus o projeto Fé e Alegria que com ao redor de cem estudantes da zona leste da cidade, pretende desenvolver um ensino alternativo de profundização que permita-lhes fazer síntese interdisciplinar de um conjunto de experiências educativas implementadas localmente e estar bem preparados para render as provas de acesso às universidades. Este ano de 25 estudantes egressados da Escola, 11 ingressaram à universidade. Mesmo assim, em Belém conta-se com o Centro Alternativo de Cultura (CAC) que visa oferecer aulas de reforço escolar para crianças marginalizadas da cidade. A Pastoral Universitária dos jesuítas na Amazônia está dando os primeiros passos,

Em Manaus, dispomos de uma equipe que atua na área da espiritualidade. É o Serviço Inaciano de Espiritualidade (SIES) que administra retiros, dias de oração, na nossa casa de retiros assim como nas paróquias. Em algumas delas está sendo realizado, a partir deste ano, o retiro quaresmal. Esta equipe é formada de padres jesuítas e leigos/as. Não faltam convites de fora, seja para retiro ou cursos em Santarém, Tefé, e Rio Branco.

Estamos presentes ainda na formação intelectual do clero amazônico, com aulas nos 02 institutos de Teologia, em Manaus e em Belém, além da visita aos doentes nos hospitaismovimentos eclesiais e nos MCS (Meios de Comunicação Social).